Chefe do governo espanhol espera resposta de Carles Puigdemont sobre se declarou independência da Catalunha ou não.
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chefe de governo da Espanha, Mariano Rajoy, pediu nesta quarta-feira (18) "bom senso" ao presidente do Executivo da Catalunha, Carles Puigdemont, e que pense no interesse geral, já que termina amanhã o prazo para esclarecer se declarou a independência da região autônoma e evitar a aplicação de medidas contra a administração regional para impedir a secessão.
No último dia 10, o presidente catalão assumiu no parlamento regional o resultado do referendo, considerado ilegal por Madri, em favor da independência, mas propôs suspender a declaração de secessão para iniciar um período de diálogo. Rajoy pediu que Puigdemont esclarecesse se declarou a independência da região até esta quinta. O governo disse que tomará o controle da Catalunha caso Puigdemont responda ambiguamente à pergunta de Madri.
Rajoy enviou a mensagem a Puigdemont pedindo "bom senso" ante a pergunta do governo na sessão de controle do Executivo no Congresso, ao responder uma pergunta de um deputado independentista catalão.
O chefe do governo espanhol Rajoy pediu ao deputado Jordi Xuclá, do PDeCAT (o partido de Puigdemont) que seus correligionários façam um esforço para convencer o presidente catalão para que não crie mais problemas do que já criou porque, "se não, vai obrigar o governo (central) a tomar decisões indesejadas".
Rajoy afirmou que a resposta que Puigdemont tem que dar é fácil, basta confirmar se declarou ou não a independência, e ressaltou que, se ele o fez, o governo central será obrigado, de acordo com a Constituição, a agir e, caso contrário, insistiu que ele poderá falar no Congresso.
"A única coisa que peço é que aja com bom senso, com equilíbrio, que priorize os interesses gerais de todos os cidadãos, do conjunto dos espanhóis e dos catalães", ressaltou o chefe de governo espanhol.
Rajoy criticou o fato de que esteja "fechado" na Catalunha o parlamento autônomo e que se passaram um mês e 12 dias sem que a oposição pudesse perguntar a Puigdemont porque não explica se declarou ou não a independência.
Jordi Xuclá, por sua vez, lamentou o fato de Rajoy não ter aceitado a proposta de diálogo oferecida por Puigdemont e que hoje existam "presos políticos" na Espanha, em referência aos presidentes das associações independentistas ANC e Ómnium Cultural, Jordi Sánchez e Jordi Cuixart, respectivamente, que estão detidos desde o dia 16 por ordem da juíza que os investiga por um suposto delito de "insurreição".
Na mesma sessão do Congresso, a vice-presidente do governo espanhol, Soraya Sáenz de Santamaría, anunciou que o Executivo consultará os socialistas do PSOE - o principal partido de oposição - e os liberais do Ciudadanos - a quarta maior bancada da Câmara - antes de aplicar medidas na Catalunha para contar com "ampla maioria".